Alimentos preparados através de frituras podem causar câncer em mulheres, diz pesquisa
Uma pesquisa realizada com 120 mil pessoas sobre seus hábitos alimentares constatou que mulheres que comem batatas fritas todos os dias, industrializadas ou não, podem dobrar suas chances de desenvolver câncer no ovário ou no útero. A divulgação faz parte de um estudo da Universidade de Maastrich, na Holanda.
De acordo com os pesquisadores, os riscos são atribuídos à acrilamida, uma substância química produzida por certos alimentos quando eles são fritos, grelhados, ou assados. O estudo publicado na revista Cancer Epidemiology, Biomakers and Prevention, está gerando muita discussão na Europa, principalmente pelas dietas hipercalóricas consumidas por lá. Os especialistas britânicos acreditam que outros fatores possam estar envolvidos e pediu às mulheres que não entrem em pânico.
O estudo acompanhou os 120 mil voluntários – 62 mil deles mulheres – por 11 anos, depois da entrevista inicial. Neste período, 327 delas desenvolveram câncer no endométrio (útero) e 300 desenvolveram câncer no ovário.
A análise dos dados sugere que as mulheres que ingeriam 40 mg de acrilamida por dia – o equivalente a meio pacote de biscoitos, uma porção de fritas ou um pacote de batatas fritas – tinham duas vezes mais chances de desenvolver esses tipos de câncer, em comparação com as que comiam menor quantidade de acrilamida.
Apesar do tamanho do estudo, os pesquisadores afirmam que os resultados ainda têm que ser confirmados por outras pesquisas.
“As mulheres não devem ficar excessivamente preocupadas com a notícia”, disse a médica britânica Lesley Walker, da organização Cancer Research UK “Não é fácil separar um componente da dieta de todos os outros quando se estudam as dietas complexas de pessoas comuns.”
Um porta-voz da agência que regulamenta os alimentos no Reino Unido pediu as pessoas que mantenham uma dieta equilibrada, com bastante frutas e legumes, e especialistas da União Européia aconselham que os alimentos não sejam “cozidos demais”.
Um estudo publicado em 2005 não encontrou nenhuma evidência de que a acrilamida aumente o risco de câncer de mama.