Estudo relaciona osteoporose e implante dentário
A osteoporose é um fator que retarda a regeneração do osso da maxila de paciente que passa por implante dentário, alerta estudo da FOP (Faculdade de Odontologia de Piracicaba) da Unicamp (Universidade de Campinas). A conclusão partiu da tese de doutorado da cirurgiã-dentista Karina Gottardello Zecchin. O estudo teve orientação do professor da área de patologia, Jacks Jorge Junior.
A osteoporose acomete, em sua grande maioria, mulheres a partir dos 50 anos que recorrem à reposição hormonal. Entre os efeitos causados pelos níveis baixos de estrógeno nas mulheres está a diminuição da quantidade de massa óssea e, conseqüentemente, a osteoporose.
A pesquisadora induziu a doença em ratas e, após a retirada dos ovários, extraiu os dentes do animal e verificou que houve demora no crescimento do osso por conta da ausência de estrógeno e consequente diminuição da produção de colágeno, os principais formadores dos ossos.
O estudo mostra que a abordagem terapêutica deve ser de forma diferenciada com pessoas que possuem osteoporose. “Como a diminuição do estrógeno, o qual promove a osteoporose, diminuiu e muito a formação de osso, o período de reparação óssea deve ser maior”, explica.
Karina ressalta que pessoas que sofrem da doença degenerativa dos ossos e que receberão implante dentário precisam de um tempo maior para que haja a reparação óssea. Essa fase de recuperação é necessária para receber a carga protética (dente artificial).
“Na verdade, o estudo contribui no sentido de informar sobre a necessidade do profissional de saúde esperar um pouco mais do que o tempo tradicional para colocar o implante em função, ou seja, quando se chega a fase final do procedimento e o paciente já pode mastigar com o implante”,
A doutora acrescenta que tanto o paciente como o dentista devem estar atentos à combinação osteoporose e implante dentário. “O implantado deve ter um pouco mais de calma ao passar pelo procedimento e os profissionais da área devem dar indagar se o paciente tem a deficiência”, explica a pesquisadora.
Em pacientes que não tem osteoporose, a recuperação do osso da maxila demora de três a seis meses. “Não é possível saber o quanto a doença retarda a recuperação do osso. É fato que deve haver uma espera maior, mas cada caso tem sua particularidade.”
A pesquisa foi desenvolvida em três anos. O resultado foi publicado nas revistas Calcified Tissue International e Journal of Oral and Maxillofacial Surgery. Os trabalhos tiveram participação da cirurgiã-dentista Michele Pereira durante seu mestrado co-orientado por Karina.
Fonte: Jornal de Piracicaba