Dia de Combate à Tuberculose é lembrado em todo o mundo.
Hoje (24) é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. Lançada em 1982 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela União Internacional Contra Tuberculose e Doenças Pulmonares, a data foi uma homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da doença, que ocorreu em 24 de março de 1882.
A descoberta do bacilo pelo pesquisador Robert Koch foi fundamental para o controle da tuberculose que, na época, vitimava grande parcela da população mundial. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), um terço da população mundial está infectada com o bacilo de Koch sem, contudo, desenvolver a doença.
Em todo o mundo, a tuberculose mata mais que qualquer outra infecção curável. A cada dia, mais de 20 mil pessoas adoecem e 5 mil morrem vitimadas pelo mal que, tem sido considerado, desde 1993, uma emergência mundial. Os países em desenvolvimento registram 95% dos casos e 98% das mortes pela doença.
De acordo com o coordenador do Programa Nacional de Combate à Tuberculose do Ministério da Saúde, Dráurio Barreira, no Brasil o problema é bastante sério. O país é o 16º em uma lista que reúne 22 nações com maior número de casos. A taxa de cura, de 77%, é considerada baixa. Na Índia, a taxa é de 85%; no Congo, de 85% e na China, de 94%. Por todos esses motivos, a partir de 2003, o governo tornou o enfrentamento à tuberculose uma das prioridades do Ministério da Saúde.
O combate à doença, no qual foram investidos R$ 120 milhões até 2007, faz parte do Pacto de Gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). A terapia padrão é totalmente gratuita.
Para a Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), o índice de cura da tuberculose, quando o tratamento é realizado adequadamente, é de 95%. Entretanto, devido a problemas como a falta de diagnóstico e o abandono do tratamento, a tuberculose é a nona causa de hospitalização.
Ocupa o sétimo lugar em gastos com internação pelo SUS e é ainda a quarta causa de mortalidade por males infecciosos. A doença manifesta-se de maneira oportunista em 15% dos portadores do HIV.
“Desde a década de 50, por conta da introdução dos antibióticos, a tuberculose vinha em uma trajetória de queda bastante acentuada. Com a epidemia da aids, houve um ressurgimento da tuberculose nos países que já tinham a doença sob controle e um agravamento naqueles que não haviam controlado a infecção. Ou seja, em quase todos os países em desenvolvimento houve um recrudescimento da tuberculose”, afirmou Dráurio.
Segundo ele, no Brasil, apesar de a epidemia de aids ter ocorrido de forma mais séria na década de 90, o número de casos de tuberculose não chegou a aumentar, contudo parou de cair, permanecendo com o aparecimento de 100 mil casos anuais durante toda a década. “Com a distribuição do coquetel contra aids para toda a população soropositiva, a tuberculose, a partir de 1998, retoma a trajetória de queda, decrescendo de 2,5% a 2,8% ao ano.
“De toda maneira, é uma queda pequena, que não nos tranqüiliza. Queríamos ver cair muito mais. No ano passado, tivemos menos de 80 mil casos anuais, pela primeira vez. Mas é ainda um patamar muito alto e todo ano morrem no Brasil 5 mil pessoas com a doença. Considerando que é um mal de fácil diagnóstico, de fácil e barato tratamento e com alto índice de cura, não poderíamos ter nem esse número de casos e nem esse número de óbitos”, afirmou.
Com informações da Agência Brasil