Mais uma estudante de Relações Internacionais garante sua participação em evento mundial liderado pela Organização das Nações Unidas – ONU, dessa vez a estudante Dulce Tributino do 7ºperíodo do curso será a única representante do nordeste durante a National Model United Nations. O evento que ocorrerá entre 18 e 29 de março, conta com a participação de mais de 5 mil estudantes vindos de 41 países dos diversos continentes, sendo organizado pela National College Conference Association (NCCA). O projeto tem como principal missão proporcionar aprendizado e experiência que contribuam para a formação acadêmica, profissional e pessoal dos estudantes. Através deste fórum internacional, os estudantes debatem e negociam soluções sobre os problemas e questões globais enfrentados pelos países da comunidade internacional, promovendo um contato com as atividades diplomáticas entre os temas da agenda internacional da ONU, no qual terão acesso aos bastidores da ONU e o encerramento ocorrerá na Assembléia Geral, localizado em Nova York, ao final, os documentos e discursos poderão se tornar modelos de resoluções ou assuntos de pauta nas reuniões da ONU. 

Nesse projeto, as maiores universidades do mundo como Harvard, Stanford, Columbia e MIT participam enviando suas delegações e representam um país da ONU, por meio de um sorteio realizado lá. 

Confira a trajetória da estudante que planeja atuar na área de segurança internacional:

Como você soube da seleção e como foi o processo de inscrição até o resultado?
Participar de um evento na sede das Nações Unidas sempre esteve em meus objetivos desde que iniciei o curso. 
Motivada pelas minhas pesquisas acadêmicas na área de conflitos e de estudos da própria organização, me levou a sempre ficar olhando na internet sobre possíveis conferências e eventos voltados para minhas áreas de interesse. Até que, em outubro do ano passado, vi que tinha aberto um edital para participar do programa Jovens Embaixadores da ONU, mas infelizmente não passei na seleção, mas uma semana após, vi um anúncio no facebook sobre o programa  National Model United Nationse enviei um e-mail para a organização do evento para saber como participar. A comissão responsável entrou em contato comigo, e falou que alguém do Brasil iria me contactar e fazer a parte da seleção, que se daria por meio de entrevista por videoconferência em inglês e responder um formulário contando um pouco sobre mim e minhas experiências acadêmicas. Como eu já havia feito intercâmbio e morado por quase 2 meses nos EUA para aperfeiçoar o inglês, eu tinha um certificado que comprovava meu nível e fui dispensada da entrevista em inglês. De certa forma, eu não esperava que iria passar e para mim foi uma grande surpresa, ainda mais por ser a única estudante e representante do Nordeste a participar. Ano passado, visitei a ONU como turista e já foi um grande aprendizado.
 
Você participa de algum projeto de extensão do curso?Qual? e se esse aprendizado contribuiu para esta seleção em especial?
Nas minhas atividades acadêmicas, fiz parte do projeto de extensão " Cultura de Paz", onde realizamos trabalhos de prevenção da violência nas escolas municipais de Caruaru, amenizando a cultura do bulling e da agressão física entre crianças e adolescentes, na faixa dos 8 aos 16 anos. Além dele, participei do projeto de "Simulações de Organizações Internacionais", onde nós simulamos os processos de negociação e de política nos quais ocorrem nas maiores organizações internacionais como OMC, ONU, OEA e MERCOSUL.
Com esse aprendizado, pude abrir meus horizontes para compreender que as mudanças podem sim ocorrer no âmbito local para o global, além de adquirir uma visão crítica sobre o mundo no qual vivemos, e esses valores estão muito bem atrelados a proposta que o curso de relações internacionais exige deste profissional no mercado de trabalho amplo e diverso. 
 
Qual a sua expectativa como estudante para participar deste evento na ONU?
As expectativas são as melhores possíveis. Além de representar um país membro da ONU (Panamá) e poder contribuir para uma possível pauta de discussão de futuras agendas da ONU é uma grande oportunidade, sobretudo tentar vivenciar a experiência de como os diplomatas atuam e agem diante de assuntos muitas vezes delicados e polêmicos. 
Dentre os programas oferecidos pelo evento, como discussões de temas na pauta de Direitos Humanos, Segurança internacional, Política internacional e Sugestões para reformas nos diversos setores da Organização, está marcada uma visita a sede da Missão Permanente do Brasil na ONU e ao Departamento de Operações de Paz da ONU, onde poderemos conhecer as contribuições do nosso país para um mundo mais justo e igualitário, e também poder observar como acontecem as missões de paz da ONU, como elas acontecem na prática e quando são enviadas para as áreas de guerras e de conflitos étnicos e religiosos para fins de ajuda humanitária.
 
Quais seus objetivos futuros, pós academia?
Como estou no meu último ano acadêmico, após a formatura pretendo ingressar em um mestrado na área de Estudos de Segurança Internacional, para atuar em alguma agência da ONU ou que se preocupe com o estudo de conflitos armados, e contribuir para o entendimento internacional que motivam para que esses conflitos surjam e se perpetuem por muitos anos e quais poderão ser suas consequências para as futuras gerações que são vítimas desses atos.