Seminário Internacional da RUEF acontece pela primeira vez no Brasil
Nos próximos dias 17 a 20 de outubro duas cidades pernambucanas, Recife e Caruaru, sediarão o mais importante evento da Rede Universitário para o Estudo da Fraternidade (RUEF). Escolhidas por serem pólo na região Nordeste, os municípios reunirão cerca de 200 participantes, entre eles pesquisadores, estudantes e profissionais de diversas áreas vindos de 11 países da América Latina, Europa e E.U.A. Na programação, conferências, seminários, mesas redondas e grupos de trabalho com estrutura para tradução simultânea (Espanhol/Português). As inscrições estão abertas e podem ser feitas no site www.ruef.net.br/seminario2012, com investimento de R$ 20 para estudantes e R$ 50 para profissionais.
O tema desta edição é “Fraternidade, Política e Cultura: Uma Relação Possível” que estarão subdivididos em seis eixos temáticos ao longo de toda a programação. O objetivo é oferecer um espaço voltado ao trabalho de estudiosos dedicados à pesquisa sobre a Fraternidade, a partir de diversas disciplinas e de diferentes enfoques. Sociologia, ciências políticas, economia, filosofia, direito, geografia, história, psicologia, teologia, antropologia e ciências afins encontram oportunidade para praticar o olhar interdisciplinar e profissional. Também estudiosos de políticas públicas, estudos urbanos e planejamento, saúde coletiva, comunicação, pedagogia e serviço social, apresentarão relatos e avaliações de seus trabalhos, tanto teóricos quanto empíricos, a partir do ponto de vista da Fraternidade.
Serão apresentados 60 trabalhos em forma de ensaios e artigos, de relatos de experiências e de posters, além de 14 sessões de GT, 03 conferências, 2 mesas redondas de relatos de experiência. O primeiro e o segundo dia, 17 e 18/10, terão programação no auditório da Universidade Católica de Pernambuco. Caruaru receberá o evento na sexta e sábado (19 e 20/10) com uma ampla programação em que ocorrerão seminários, mesas redondas, conferências e grupos de trabalhos.
Sobre a temática central, uma dúvida: afirmação ou questionamento. Para o presidente da comissão organizadora do evento, Paulo Muniz, “de fato, por que falar, hoje, em fraternidade relacionada à teoria e à prática política?”. Ele esclarece que se considerarmos que a idéia de fraternidade não faz parte de nenhum ensinamento consolidado das diversas disciplinas que têm a política por objeto, conclui-se que esta pergunta não é inútil, nem mesmo uma simples figura de retórica.
Um importante estudiosos da área, Prof. Antonio Maria Baggio, relata que na sociedade atual não há uma tradição de estudos que tenham aprofundado a fraternidade na política, sendo este um termo praticamente ausente dos dicionários especializados da disciplina ou do específico campo de estudo. “O vazio na reflexão politológica contemporânea sobre o tema, portanto, transformou-se na motivação para que, na atualidade, inúmeros estudiosos se debruçassem sobre o tema, tendo sido neste esteio que, no transcurso dos últimos anos, foram realizados os quatro seminários internacionais que precederam o presente”, explica Muniz sobre a escolha do tema para o seminário.