Vídeo holográfico avança
Um grupo de pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, anunciou o desenvolvimento de um sistema que transmite séries de imagens tridimensionais em tempo real, no que está sendo chamado de precursor da videoconferência holográfica.
A ideia é antiga. Ficções científicas têm mostrado vídeos holográficos há décadas, como em Guerra nas Estrelas (1977), na cena em que Luke Skywalker vê uma mensagem tridimensional enviada pela princesa Leia e projetada pelo robô R2D2.
Pesquisas na área também vêm sendo feitas há um bom tempo. Há mais de 15 anos, por exemplo, Stephen Benton (1941-2003) começou a pesquisar no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) o que, na época, chamou de “holografia arco-íris”.
O sistema reúne um polímero fotorrefrativo que, segundo os autores do estudo, atualiza imagens holográficas rapidamente e pode ser produzido em escala comercial. O polímero foi ligado a um dispositivo que grava e transmite imagens em 3D de pessoas e objetos por meio de uma rede local.
A cada 2 segundos a imagem é trocada. Parece pouco, mas representa um feito inédito na área. Não por menos, o estudo é o destaque da capa da edição desta quinta-feira (4/11) da revista Nature, que publicou artigo sobre seus resultados – o qual cita Benton na bibliografia.
“Esse avanço nos aproxima do objetivo de conseguir ter uma telepresença holográfica em alta resolução, em cores, de tamanho real e com imagens em 3D que possam ser transmitidas de um ponto do mundo a outro”, disse Nasser Peyghambarian, um dos autores do estudo.
O mesmo grupo demonstrou anteriormente um sistema polimérico que atualizava imagens a cada 4 minutos. O novo sistema, apesar de muito mais rápido, ainda não atingiu a taxa ideal para exibição. A taxa em um monitor padrão, por exemplo, é de 30 quadros por segundo.
Diferentemente dos sistemas desenvolvidos por Benton e outros, a novidade usa laser para gravar imagens no polímero fotorrefrativo, permitindo a exibição de cores.
“É um grande avanço que abre novas oportunidades para a óptica como um meio de transportar imagens holográficas e tridimensionais em tempo real”, disse Lynn Preston, diretora dos Centros de Pesquisa em Engenharia da National Science Foundation, que financiou o estudo.
Fonte: Agência FAPESP