Coordenador do NAI fala dos projetos de expansão para o intercâmbio internacional acadêmico
A Faculdade Asces vem praticando ações de Relações Internacionais há quase 10 anos, com ações individuais dos professores Paulo Muniz, Walber Agra e Raymundo Juliano. E para atender a esta demanda foi criado em 2008 o Núcleo de Assuntos Internacionais (NAI). O Portal Asces entrevistou o coordenador do NAI, professor Ademário Tavares, que esclarece as atividades desenvolvidas no setor, os convênios estrangeiros conquistados pela Instituição, a visão do estudante em relação aos intercâmbios e perspectivas futuras.
Portal Asces – Em que consistem as atividades do NAI da Faculdade Asces?
Ademário Tavares – Promover o intercâmbio de estudantes e professores em universidades estrangeiras, ampliar o número de convênios internacionais, organizar a participação de estudantes e professores em eventos internacionais, divulgar cursos no exterior que interessem à nossa comunidade acadêmica e promover eventos conjuntos com as universidades estrangeiras conveniadas.
Portal Asces – A Faculdade Asces possui convênio firmado com uma instituição da Itália (Instituto Universitário Sofia) e três na Espanha (Universidad de Castilla-La Mancha, Universidad de Valencia e a Universidad de León). O que englobam estes convênios?
Ademário Tavares – Relações de cooperação técnica, acadêmica, cultural e científica. Isto significa que podemos tanto enviar como receber gestores e funcionários das instituições conveniadas para aperfeiçoamento da gestão universitária (cooperação técnica), enviar e receber professores e alunos para estudar, pesquisar e participar de eventos (cooperação acadêmica), facilitar o acesso de estrangeiros à nossa cultura e costumes locais, recebendo-os por algum tempo, e participando de atividades conjuntas de caráter cultural (cooperação cultural) e a participação de nossos professores pesquisadores em grupos de pesquisa estrangeiros ou ainda a criação de grupos de pesquisa ou em comum (cooperação científica).
Portal Asces – Qual o principal benefício, para as duas instituições envolvidas nesta relação de cooperação?
Ademário Tavares – Como dito em um recente lema do vestibular da ASCES, "O mundo é do tamanho do seu conhecimento". Quanto mais conhecemos do mundo, ampliam-se nossas fronteiras do conhecimento. Conhecer outras culturas, outros países, outras universidades, além da dimensão do crescimento pessoal, faz com que sejamos profissionais mais preparados porque conhecemos novos problemas e novas abordagens para resolvê-los. Depois de algum tempo, começamos a perceber a lógica interna do surgimento dos problemas, pois sempre há dificuldades em qualquer lugar do mundo. Mas também começamos a entender a lógica interna dos mecanismos de resoluções destes problemas. E com o passar do tempo, nos sentimos mais seguros e efetivamente estaremos mais preparados para resolver qualquer novo problema que surja, independentemente de onde estamos. Vivenciar uma experiência internacional acadêmica, pessoal ou profissional nos amadurece muito em muito pouco tempo, porque lidamos com novidades o tempo todo. Retomamos nossa capacidade de nos encantar com coisas novas, que em geral é muito forte durante nossa infância e adolescência, mas que, em geral, costuma enfraquecer com o processo de envelhecimento. Sem dúvida estas relações nos rejuvenescem. Por via de consequência, as instituições terão colaboradores, professores e estudantes melhor preparados e motivados para vivenciar sua realidade local e encontrar soluções eficazes para os problemas ao redor. As instituições se fortalecem porque seus membros estão mais capacitados. Qualquer grande instituição é fruto do trabalho de seus membros. É por isso que é tão importante para as instituições que têm em sua essência fomentar o conhecimento, como é o caso de nossa Faculdade, desenvolver ações de Relações Internacionais.
Portal Asces – Recentemente a Faculdade Asces firmou convênio com a Universidad de León, na Espanha. Qual a expectativa?
Ademário Tavares – Esperamos começar a enviar alunos nossos para a Unileón já no próximo semestre letivo, 2011-1. Muitos dos cursos oferecidos na ASCES também são ofertados lá, o que facilita, e muito, o intercâmbio de docentes e discentes. Este convênio é fruto da intervenção direta de dois queridos amigos e professores da ASCES, David Dantas e Virgínia Leal, que estão cursando em León seu doutorado na área de Filosofia do Direito, junto a um dos mais prestigiados professores da área, Dr. Juan Antonio García Amado.
Portal Asces – Há possibilidades de que ainda neste ano outros convênios sejam firmados com instituições estrangeiras?
Ademário Tavares – Sim. Estamos trabalhando junto à Universidade de Bordeaux com este fim, e após a ida de um grande grupo da Faculdade ASCES à Argentina, durante o final de agosto, é possível que também tenhamos algum novo convênio no país de nossos hermanos.
Portal Asces – Como o senhor considera a visão do estudante em relação aos convênios e as possibilidades que eles oferecem?
Ademário Tavares – Cada vez mais os estudantes chegam melhor informados sobre o intercâmbio. Mas ainda há certa visão "paradisíaca" da Europa que não é real. Temos um nível de preparação relativamente parecido com o de lá, ou seja, nossos alunos e professores são tão bons quanto os europeus. O que realmente surpreende é a estrutura das universidades européias: as bibliotecas, laboratórios, salas de aula, etc., são visivelmente superiores às estruturas que temos no Brasil. Em geral, todos que participam de um intercâmbio voltam bastante mudados, bem mais amadurecidos em um período relativamente curto de tempo. Também creio que voltam mais cidadãos e cidadãs no sentido de estarem mais conscientes de seu papel como agente de transformação social.
Portal Asces – Quais os requisitos mínimos exigidos para que se obtenham relações com universidades de outros países?
Ademário Tavares – Não existem. Não há nenhuma regra regulamentando este tema. Depende exclusivamente do interesses mútuos das instituições. Logicamente que a Faculdade ASCES tem muito cuidado em selecionar seus parceiros dentre instituições respeitáveis, dinâmicas e com potencial de realizar, de fato, as previsões dispostas nos convênios, ou seja, de que estes convênios sejam uma realidade, e não somente uma folha de papel sem nenhuma aplicação prática.
Portal Asces – Há algum novo projeto sendo desenvolvido pelo NAI? Quais as expectativas para o departamento?
Ademário Tavares – Estamos trabalhando para atrair alunos e professores estrangeiros para que passem de um a seis meses em nossa instituição. Para isso, uma parte do conteúdo de nossa página web deverá estar também em espanhol, valenciano, italiano e inglês. Neste momento, estamos trabalhando na versão espanhola e inglesa, prioritárias. Também estamos buscando fontes externas de financiamento de nossas ações, especialmente para a obtenção de bolsas, junto a instituições públicas e privadas do Brasil e do exterior. Há a possibilidade que em breve tenhamos alguns novos convênios. Neste momento, as conversas mais avançadas são com a Universidade de Bordeaux, na França. Mas também estamos analisando um convênio com uma universidade argentina.