Não são apenas benefícios que a cerveja traz ao organismo. O consumo em excesso de bebidas alcoólicas, aquelas que contêm em sua composição álcool etílico ou etanol, pode causar entre outras conseqüências, problemas biológicos e sociais, à saúde humana. Degeneração de células nervosas, perca de massa encefálica além de responder a um dos principais causadores de mortes decorrentes de acidentes de trânsito e violência.

Ao organismo, o consumo de álcool em longo prazo, dependendo da dose, freqüência e circunstâncias, podem provocar um quadro de dependência conhecido como alcoolismo.

Considerado como uma droga psicotrópica, o álcool, atua no sistema nervoso central, provocando mudanças no comportamento de quem o consome. Dessa forma, o consumo inadequado do álcool é considerado um problema de saúde pública, acarretando altos custos para a sociedade e envolvendo questões médicas, psicológicas, profissionais e familiares.

Duas fases da atuação do álcool são distintas no organismo. Nos primeiros momentos após a ingestão, podem aparecer os efeitos estimulantes, como euforia, desinibição e loquacidade (maior facilidade para falar). Com o passar do tempo, começam a surgir os efeitos depressores, como falta de coordenação motora, descontrole e sono. Quando o consumo é exagerado, o efeito depressor pode provocar até o estado de coma.

Para o farmacêutico e professor de toxicologista Arquimedes Melo, o álcool em situações extremas pode causar danos irreversíveis. "A cada porre tomado são degenerados mais de quatro milhões de neurônios e de acordo com pesquisas, o alcoólatra tem até 20% menos de massa encefálica do que uma pessoa que não bebe", disse o professor do curso de Farmácia da Associação Caruaruense de Ensino superior. 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), desde o início da década de 70 o consumo no Brasil cresceu 70%, o que coloca o país entre os 25 que mais consomem álcool no mundo. A mesma pesquisa aponta que os adolescentes de até 17 anos começam a beber aos 14 anos. Já as pessoas que tem entre 18 e 39 anos começaram a beber aos 18 anos, enquanto a geração que tem hoje de 40 a 65 anos iniciou o consumo aos 20 anos.

Outro estudo, do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Unifesp, sobre o uso de bebidas alcoólicas e violência doméstica em 2.372 domicílios, mencionou situações de violência em 749 deles (31,6%). Na metade desses casos o agressor estava embriagado.
 
Efeitos agudos do consumo de Álcool Etílico

Considerando uma pessoal adulta de 80 kg.
• Níveis sangüíneos entre 50 e 100 mg/dl de álcool provocam efeitos de euforia e incoordenação motora (com riscos de acidentes de transito).
• Níveis séricos entre 100 e 200 mg/dl podem causar fala embriagada, ataxia, tonturas e náuseas;
• Entre 200 e 300 mg/dl, letargia, discurso incoerente ou agressivo, vômitos;
• Entre 200 e 300 mg/dl, estupor ou coma;
• Níveis superiores a 500 mg/dl podem provocar depressão respiratória e morte.

Com informações do Sinitox e Denarc (Departamento de Narcóticos da Polícia Civil) e OMS.