Recesso não amenizou pressão política sobre Renan
Depois de 15 dias de recesso parlamentar, o assunto em pauta volta a ser as denúncias e pressões políticas contra o o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), denunciado ao Conselho de Ética por suspeita de quebra de decoro parlamentar. Nos próximos dias, Renan será alvo de mais uma representação do PSol no Conselho de Ética.
O consenso da Casa é sobre o laudo da perícia que a Polícia Federal faz nos documentos que apresentou para justificar renda de R$ 1,9 milhão.
Para senadores, Renan dificilmente obterá apoio para manter o mandato se o laudo provar que cometeu perjúrio e que não são reais as operações de compra e venda de gado de onde afirma ter tirado o dinheiro para custear despesas com a jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha. A suspeita é que ele tenha repassado esses gastos à empreiteira Mendes Júnior.
Outra especulação que surgiu contra o presidente da câmara foi citada pela revista Veja. A matéria indica que a empresa Schincariol comprou por R$ 27 milhões, uma fábrica do deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), irmão de Renan, em Murici, Alagoas. O preço estaria acima do valor de mercado. Em troca, Calheiros teria conseguido suspender a cobrança de dívidas da empresa com o INSS e a Receita Federal.
Será muito trabalho nessas primeiras semanas após o recesso. Além de investigarer o caos aéreo, os deputados querem desengavetar no segundo semestre propostas de autoria dos parlamentares. Os projetos estão em segundo plano com o excesso de medidas provisórias, que abarrotam a pauta. Para o líder do PSB na Câmara, Márcio França (SP), é preciso votar temas como a reforma política e o projeto que recria vagas em câmaras de vereadores. “Temos de decidir, seja de que forma for. Não dá para deixar a Justiça tomar decisões em matérias de nossa competência”, justifica.