Estudo confirma eficácia da primeira vacina contra o câncer de útero
Um experimento com mais de 12 mil mulheres com idades de 15 a 26 anos, comprovou que a primeira vacina contra o câncer de colo de útero, comercializada desde 2006, é quase 100% eficaz contra as cepas do papilomavírus humano (HPV) causadoras da maioria dos tumores cancerosos uterinos, revelou um estudo internacional.
A vacina Gardasil, do grupo farmacêutico americano Merck, foi testada em mulheres não infectadas pelo papilomavírus, em uma dezena de hospitais de 13 países. A metade do grupo foi vacinada, enquanto a outra metade recebeu um placebo.
"Trata-se da primeira vacina concebida especificamente contra o desenvolvimento de um câncer", disse o doutor Kevin Ault, professor de Ginecologia em Atlanta (Geórgia, sul dos EUA), que contribuiu para a elaboração da vacina e do estudo.
"Este teste clínico deixa claro que a vacina é 98% eficaz e não representa riscos, como mostram os poucos casos de efeitos colaterais severos", acrescentou.
Segundo os autores do estudo, que foi publicado na edição desta quinta-feira do New England Journal of Medicine, a Gardasil permite desenvolver imunidade contra quatro cepas de papilomavírus humanos.
O teste clínico demonstrou que a vacina é quase 100% eficaz contra as cepas 16 e 18, responsáveis por 70% dos cânceres uterinos.
A Gardasil também se mostrou eficaz contra as cepas 6 e 11 do vírus, que causam 90% das verrugas no ânus e nos órgãos genitais.
O câncer de útero é o segundo câncer mais letal entre as mulheres, matando 240.000 no mundo por ano. Quinhentos mil casos de câncer de colo de útero são diagnosticados anualmente ao nível mundial.