Milho transgênico é aprovado para comercialização
Uma decisão da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, CTNBio, está causando discussões em todo o país. Foi aprovada a liberação comercial da primeira variedade de milho transgênico: o Libertlink, desenvolvido pela Bayer e que possui a resistência ao herbicida glufozinato de amônio, utilizado na pulverização para combater ervas daninhas.
Aprovado com 17 votos favoráveis, quatro contrários e um com pedido de diligência, o milho da Bayer é o primeiro organismo geneticamente modificado aprovado desde que começou a vigorar a Lei de Biossegurança, em 2005.
Este já é o terceiro vegetal geneticamente modificado liberado para plantio e comercialização no Brasil, depois da soja RR (Roundup Ready), resistente ao herbicida à base de glifosato, e do algodão resistente a insetos.
Segundo o pesquisador Paulo Barroso, da Embrapa, o Libertlink não traz nenhum malefício ambiental superior ao que já existe com o plantio convencional e o uso de herbicidas. "O milho transgênico traz ganhos econômicos diminuindo custos de produção", garante. Segundo ele, a Bayer desenvolveu pesquisas nos EUA e testes de campo no Brasil, inclusive de biossegurança.
O pedido de liberação comercial corria na CTNBio desde 1998. Atualmente, outros cinco tipos de milho, um de arroz e três de algodão deverão ser analisados pela plenária do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), nos próximos meses.
Entidades da área ambiental, como o Greenpeace, criticaram a liberação. Alegam que o vegetal vai trazer transtornos ao solo e impactos toxicológicos aos animais. Os ambientalistas, segundo a direção da CTNBio, podem recorrer da decisão no Conselho de Ministros ou no Conselho Nacional de Biossegurança.
Produtos geneticamente modificados
Os produtos alimentares geneticamente modificados recebem alterações genéticas para um melhoramento seja no plantio, alteração de características básicas ou até mesmo sobre a resistência contra pragas e insetos. O Brasil iniciou suas atividades nesse sentido em 1997, tendo a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, autorizado a realização de cerca de 900 testes até o momento.