Quem diria que o controle da pressão arterial pudesse salvar uma vida em cada grupo de 79 pessoas doentes com diabetes num espaço de cinco anos. Essa foi uma das principais divulgações do Congresso da Sociedade Européia de Cardiologia, que aconteceu na última segunda-feira, 03, em Viena.
De acordo com o estudo, se os benefícios demonstrados forem aplicados a apenas metade da população mundial de diabéticos, pode-se evitar mais de um milhão de mortes em cinco anos.
O estudo ADVANCE (Action in Diabetes and Vascular Disease), desenvolvido pelo Instituto George para a Saúde Internacional (Sidney), demonstrou que a utilização sistemática de um medicamento para a hipertensão arterial, constituído pelas substâncias ativas perindopril/indapamida, diminuindo os riscos de morte e evitando problemas renais e cardíacos em pacientes de diabetes tipo 2.
Um diabético tipo 2 tem um risco duas vezes superior de ter um ataque cardíaco ou um acidente vascular cerebral do que um não diabético.
A administração da indapamida (diurético) e do perindopril (redutor de pressão com ação sobre o hormônio ECA – Enzima Conversora da Angiotensia), nestas condições, e independentemente do valor da pressão arterial, demonstrou a redução em 14% da mortalidade global e em 18% da mortalidade devido a problemas cardiovasculares, como enfarte agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral.
Fica ainda reduzido em 14% o risco de problemas coronários e em 21% a possibilidade de desenvolvimento de doenças renais.
Em todo o mundo, existem aproximadamente 246 milhões diabéticos, cuja maioria poderá morrer ou ficar incapacitada devido a complicações da doença, sendo a causa de morte mais comum os problemas cardiovasculares com índices entre 50 e 80%.
A diabetes tipo 2 é a forma mais comum da doença, representando entre 90 a 95% dos casos. A incidência da diabetes tipo 2, anteriormente considerada uma doença das pessoas com mais de 40 anos, também está a aumentar rapidamente entre jovens e crianças.
O aumento de casos da diabetes tipo 2 está diretamente relacionado com o crescimento da obesidade e do sedentarismo, já que 90% dos doentes que desenvolvem a patologia têm um peso 120% superior ao considerado ideal.