O Brasil é considerado campeão em consumo de uma série medicamentos que estão lista da Convenção Internacional sobre Psicotrópicos. De acordo com o relatório anual da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife), para cada mil habitantes, são usadas 12,5 doses, quase 40% mais do que o uso registrado nos Estados Unidos.
Entre as medicações mais consumidas estão os inibidores de apetite, estimulantes, sedativos e tranqüilizantes. De um lado está a obsessão por medidas perfeitas e por uma boa aparência, no caso dos ‘Anorexígenos’, medicações inibidoras de apetite. E do outro está a prática do uso e o tráfico de medicamentos com venda controlada: um mercado que está em constante crescimento devido a seus efeitos semelhantes aos causados pelas drogas ilícitas, quando tomados de forma inadequada e sem acompanhamento médico.
De acordo com o relatório divulgado essa semana pela Jife, os altos índices encontrados no Brasil são explicados pela produção interna de dois medicamentos. Dos 98,6% do Fenproporex e 89,5% da Anfepramona comercializados no mundo, o Brasil é tido como o maior consumidor dessas duas medicações, que atuam como inibidores do apetite.
“Qualquer tipo de medicação deve apenas ser usada de acordo com a prescrição médica. Os Anorexígenos, medicação usada normalmente para tratamentos de obesidade mórbida, não podem ser usados indiscriminadamente. Os riscos potenciais da ingestão deste tipo de medicamento podem ser até fatais. Na quase totalidade dos casos, quem decide tomar por conta própria inibidores de apetite voltará a ganhar o peso que perdeu e mesmo assim estará arriscando a própria vida”, disse o farmacêutico João Eudes, coordenador do curso de Farmácia, da Associação Caruaruense de Ensino Superior, Asces.
As duas substâncias, que estão entre as quatro mais usadas no mundo, podem provocar efeitos colaterais como irritabilidade, comportamentos agressivos, alucinações, depressão respiratória, convulsões e até morte, assim como todos os outros estimulantes usados para inibir a sensação de fome. Então, fique alerta!