Festival Internacional de Poesia (FIP) tem início hoje, em Recife

Com aposta na troca de influências, começa hoje a segunda edição do Festival Internacional de Poesia (FIP), com programação gratuita pelo Recife. A abertura será às 16h30, na Torre Malakoff, principal polo do evento. Até domingo, mais de 30 nomes ligados à poesia participam de mesas-redondas, recitais, jams poéticas e apresentações musicais.

As origens são as mais distintas: do Bairro da Muribeca, no Recife (Miró) ao México (Mario Bojórquez); de Pelotas, no Rio Grande do Sul (Angélica Freitas) à França (Olivier Salon), de São Paulo (Annita Costa) à Argentina (Cecilia Eraso). Os encontros são pensados de acordo com o potencial das conversas, sem hierarquizações.

“Não pensamos em ‘medalhões’ ou bestsellers, até porque isso não faz sentido quando se fala de poesia, que é o patinho feio da literatura. No festival, o acadêmico e o poeta popular têm a mesma importância. O fruto dos bate-papos é o principal”, diz o curador do FIP, Wellington de Melo. Para ele, um dos momentos mais simbólicos será a participação do escritor pernambucano Fernando Monteiro, que deixou de lado os romances para militar em favor da poesia.

Além de ouvir e opinar nos debates, o público também poderá desenvolver a própria verve poética por meio de minicursos. Um deles será ministrado pelo espanhol radicado no Recife Juan Pablo Martín. Professor do curso de Letras da UFPE, ele defende que todos são, de alguma forma, poetas. “Qualquer um pode fazer versos, ainda mais os nordestinos, cuja cultura oral é muito forte e representativa, carregada de uma ética própria da periferia, de denúncia, luta pela sobrevivência. Não é preciso escrever sonetos complicados, basta colocar no papel os versos que surgem naturalmente”, opina.

Poeta e professor universitário, o angolano Abreu Paxe desembarca no Recife disposto a montar um panorama da poesia em seu país, além de participar de rodas de poesias e conversas com outros escritores. “O poeta é naturalmente um ser confuso, incompleto, sempre pronto a ser forjado, moldado, formado e transformado. Essas trocas são muito importantes”, diz.

 

FONTE: Diário de Pernambuco 

 

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