Sociedade presente na inauguração da estrutura

63 anos se passaram e a Asces-Unita celebra mais um ano de sua fundação, no dia 11 de maio, um marco para a história do ensino superior no interior pernambucano. Foi no ano de 1959 que o então deputado Tabosa de Almeida e um grupo de amigos viram o antigo sonho se tornar realidade, presenteando a cidade com as faculdades de Odontologia e Direito que vieram a se tornar o centro universitário que hoje é referência.

Uma história rica, que se confunde com os grandes marcos de desenvolvimento de Caruaru. De acordo com pesquisas do historiador Walmiré Dimeron, na época de sua idealização, a cidade comemorava o seu centenário, com uma série de ações comemorativas, entre elas, uma caravana de intelectuais cariocas trazida pelos irmãos Condé, então, nessa efervescência cultural e intelectual, se viu um campo fértil para que a Princesinha do Agreste ganhasse cursos superiores, algo ainda muito restrito às capitais no período. 

E um fato inusitado e pouco conhecido foi fundamental para a expansão da Asces e sua relevância atual. Um dos grandes nomes da nossa história, o escritor Álvaro Lins, foi determinante para que Tabosa de Almeida decidisse investir nesse bacharelado. Walmiré relembra que uma conversa no apartamento de Álvaro Lins, no Rio de Janeiro, foi o cenário para o planejamento inicial. 

“Eu destaco nesse processo todo a figura de Álvaro Lins. Grande intelectual brasileiro, maior crítico literário da sua época, considerado por Carlos Drummond de Andrade como príncipe da crítica literária do Brasil. Primo de Tabosa de Almeida, ele o convenceu a requisitar a implantação do curso de Direito. Estavam no Rio de Janeiro, no apartamento de Álvaro Lins, e graças a esse incentivo hoje temos o curso de Direito mais tradicional do interior”, avaliou. 

Tabosa de Almeida apresenta laboratório de Odontologia

Para o historiador, o berço cultural que é nossa cidade foi o terreno perfeito para essa pedra fundamental. “A história da cidade se confunde com a Asces, é uma simbiose. Não se imagina a história da Asces sem o lastro cultural de Caruaru, então, esse pioneirismo da deve ser sempre louvado, pois abriu o caminho para que as demais universidades chegassem. Foi um salto significativo, pois é uma escola de vida, uma entidade que deve ser preservada como patrimônio intelectual”, disse.

 

 


Fotos: Pissica