O ano de 2020 marca o centenário do nascimento de Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares e figura carismática que, através de seus pensamentos e ações em prol da fraternidade universal, deixou um legado espalhado pelo mundo. Na Asces-Unita, a Cátedra Chiara Lubich de Fraternidade e Humanismo tem como objetivo estimular trabalhos, publicações, congressos e eventos científicos na linha da fraternidade e humanismo inspirados pela vida e obra de Chiara.

A Cátedra foi criada em convênio com a Unicap e o Instituto Universitário Sophia sediado em Loppiano (Itália), para contribuir com as temáticas de fraternidade e humanismo no meio acadêmico. O professor Fernando Andrade, coordenador do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Asces-Unita, explica que os docentes envolvidos na Cátedra desenvolvem pesquisas e trabalhos de forma transdisciplinar, com estudos nas áreas das ciências da saúde, humanas e ciências sociais aplicadas.

“Esta Cátedra Chiara Lubich pretende discutir novas propostas ao desenvolvimento de uma cultura humanística promotora da paz, da comunhão, da fraternidade universal e da unidade na diversidade”, cita o professor Marconi Aurélio e Silva. Ele comenta que a articulação em redes interinstitucionais e internacionais de pesquisadores permite o reconhecimento recíproco e a melhor compreensão sobre o estado-da-arte de cada disciplina, mas também quanto às tentativas já realizadas de diálogo interdisciplinar.

Segundo Marconi, estudos autorais sobre conceitos como consensos globais, agir agápico, fraternidade, dialogia, comunhão, alteridade e ecumenismo, envolvem alguns dos professores e pesquisadores ligados ao IEA. “É louvável que se dediquem a aprofundar o legado deixado por Chiara. Desse modo, chegaremos, juntos, a um novo estágio civilizacional entre os seres humanos, e destes para com a natureza”, reflete.

“Ecumenismo e novo modo de fazer política também foram propostos por Chiara”

Chiara Lubich, enquanto viveu, teve um papel central de liderança internacional entre a segunda metade do século XX e a primeira década do século XXI. “Sua atuação foi capaz de introduzir novas categorias de pensamento e de promover uma verdadeira revolução cultural cada vez mais em expansão”, enfatiza Marconi Aurélio. “O recebimento de diversas cidadanias, premiações, títulos acadêmicos, comprovam a envergadura de sua contribuição. Seu ideal de vida – unir o mundo – continua vivo e é cada vez mais urgente”, opina Marconi, que conheceu Chiara pessoalmente.

Fabricio Andrade, professor da Asces e pesquisador do IEA, observa que em decorrência do legado de Chiara há o surgimento de pessoas que querem disseminar a mensagem dela em suas profissões. “Chiara enxergava riqueza nas diferenças e o profissional de saúde com essa visão muda sua atitude, entende que ajudando ganha muito mais. Isso tem várias repercussões”, argumenta.