O egresso de Engenharia Ambiental da Asces-Unita, Igor Vieira, está participando da COP 24 – Conferência de Clima da ONU, em Katowice, na Polônia, que este ano tem um foco especial em neutralidade de carbono e igualdade de gênero.

Igor é articulador de uma ONG, o engajamundo, que possui em uma de suas frentes as mudanças do clima. O engaja prepara jovens para que eles sejam líderes e ocupem esses espaços de tomada de decisão. Ele está credenciado com aval diplomático do governo brasileiro.

Com isso, é o representante do Estado na delegação brasileira. Igor acredita que o trabalho da ONG possibilitou sua presença no local. “Graças ao engaja, que montou uma delegação de 11 jovens brasileiros, eu fui selecionado, e sou o único jovem pernambucano na delegação”, explicou.

Na ocasião, Igor fez um discurso a respeito do compromisso dos jovens para a preservação do meio ambiente. Confira o vídeo e a tradução a seguir: 

“Hoje é dia dos negócios e indústria na COP24, mas também é dia da Juventude e Futuras Gerações. Como jovens, somos os que serão deixados para lidar com um planeta quebrado, patrocinado por indústrias de combustíveis fósseis e distrações perigosas. 

Precisamos de uma política de conflitos de interesse na COP. As pessoas estão pedindo uma ação mais rápida, o relatório do IPCC 1.5 está pedindo por mais ambição, e a terra está gritando. Se o patrocínio e o lobby dos combustíveis fósseis continuarem a dominar e se infiltrar nessas negociações, nenhuma das alternativas acima será possível.

Viver no Nordeste do Brasil, a região mais vulnerável aos efeitos da mudança climática me mostrou, ao longo dos anos, a urgência de controlar o aquecimento global, essa necessidade me fez buscar alternativas para entender e ajudar para que mais pessoas pudessem conhecer as diretrizes ambientais, lidamos com secas constantes e esse cenário está piorando. Nossa situação política evidencia perfeitamente como os tomadores de decisão estão nos bolsos das indústrias de combustíveis fósseis. Seu dinheiro, seu poder e sua implacável poluição ameaçam nosso planeta e as pessoas que estão nele. Não os removemos das negociações em que devemos definir metas ambiciosas e necessárias para combater a mudança climática, não podemos esperar viver em um mundo 1.5 mais quente, nossa biodiversidade não aguenta, chequem os estudos.

A interferência corporativa e o patrocínio estão ao nosso redor aqui. Isso não pode ser ignorado, e ainda assim os negócios e a indústria recebem um dia inteiro apenas para nos lembrar quanto poder e dinheiro eles têm.

Se nós, o futuro, tivermos que dividir nosso dia com as próprias pessoas que poluem, então você pode apostar que teremos algo a dizer.

Sabemos que precisamos agir com urgência para mudar o destino do nosso mundo.

Os jovens têm estado na linha de frente desse impulso pela ambição e continuaremos a exigir justiça climática. No entanto, somos forçados a reconhecer os interesses investidos aqui na COP e as formas pelas quais eles influenciam, e reter as negociações para beneficiar sua linha de fundo.

Neste dia, reivindicamos a juventude e o dia das futuras gerações como nosso e rejeitamos a ideia de que aqueles que são os responsáveis por esta crise merecem qualquer lugar nessas conversações. Pedimos às partes que apoiem uma política de conflitos de interesse abrangente, ousada e urgentemente necessária aqui na COP, o que nos permitiria alcançar um mundo 1.5 que seja responsável pela justiça climática e proteja nosso futuro.”