Quem opta por fazer especialização, mestrado ou doutorado tem boas chances de ver seu salário aumentar. Pesquisas mostram que a remuneração de quem fez uma pós-graduação lato (especialização ou MBA) ou stricto sensu (mestrado ou doutorado) é maior que a de alguém que tem só diploma universitário.

Há, também, diferenças entre níveis de pós-graduação. “Nossa última pesquisa mostrou que qualquer pós agrega valor, mas que, nos últimos anos, houve valorização especial do mestrado e do doutorado”, diz Rafael Souto, presidente da Produtive, consultoria de carreiras.

O levantamento mais recente da consultoria apontou que, em 2015, a média salarial de um graduado foi R$6.096. Quem fez uma pós (latu sensu) ganhava em média R$10.620;e quem tem mais de uma pós lato sensu, R$ 14.989. Já um mestre ganhava em média R$17.561.

A alta das especializações stricto sensu passa pelo fato de as empresas terem começado a absorver esse tipo de profissional, antes associado à academia, afirma Souto.

“Antes era pouco relevante para uma organização contratar um executivo com doutorado. Hoje, com a hiperespecialização das carreiras, as empresas entendem que uma formação mais sólida pode ajudar”, afirma.

Viviane Sales, gerente dos programas de especialização e mestrado da escola de executivos Fundação Dom Cabral, concorda que as pós podem incrementar carreira e salário. “A graduação dá conceitos e teorias, e a pós prepara para a prática, ajuda a desenvolver comportamento crítico e analisar situações mais complexas. Esse repertório auxilia a galgar posições no mercado e portanto a ter aumento salarial”, diz.

Renovação

Muitos profissionais fazem pós-graduação para se especializar numa determinada área, mas há também quem use a formação para aprender novas práticas. Marcelo Jardini, 52, é advogado. Formado na Faculdade de Direito da França, tem mestrado em direito empresarial pela mesma instituição, além de uma pós em gestão hospitalar pela Santa Casa de São Paulo. Há três anos, percebeu que alguns casos em que atuava, especialmente os que envolvem litígios, demoravam, eram custosos e nem sempre atingiam resultados satisfatórios.

Jardini então fez outra especialização, dessa vez em gestão de negócios, na Fundação Dom Cabral, e passou a oferecer novas soluções a seus clientes, aplicando técnicas aprendidas no curso para fazer com que os problemas fossem resolvidos de forma mais rápida.

“A pós me ajudou a perceber a importância de otimizar o trabalho em minha profissão. Isso faz uma diferença muito grande no mercado.” Numa espécie de consultoria, Jardini ajuda, inclusive, seus clientes a se planejar para evitar problemas futuros – como a seguir a legislação trabalhista para fugir de eventuais litígios com empregados, por exemplo.

“Quanto mais casos você resolve de imediato, mais você gira a clientela e melhora sua reputação, e aí seu resultado melhora”, completa o advogado, que diz ganhar cerca de 50% a mais após a mudança de foco.

Como não desperdiçar dinheiro e tempo no curso errado

  • Busque um curso que concilie teoria e prática, apresentando situações comuns no mercado;
  • Pesquise escolas em que haja possibilidade de intercâmbio, para conhecer outras formas de gestão;
  • Busque várias faculdades. Às vezes uma escola não tão conhecida pode ter excelência na área que você procura;
  • Analise as matérias ofertadas pelo curso e veja se estão de acordo com o que está buscando;
  • Pesquise a trajetória de outras pessoas que já passaram pelo curso e veja se elas realmente cresceram na carreira;
  • Tente se conecta o máximo possível com os colegas; o networking é um dos pontos altos de qualquer pós ou MBA;
  • A pós deve ser um investimento também de tempo e pede dedicação; senão, se torna apenas algo a mais no currículo;
  • Veja a posição do curso e da instituição em rankings internacionais, uma garantia extra de qualidade.

Fonte: Folha de São Paulo