O curso de Relações Internacionais da Faculdade Asces está realizando uma visita técnica, de caráter pedagógico, à região do Vale do São Francisco, no interior do Estado de Pernambuco. A proposta, até então inédita para a graduação, é realizar uma imersão na realidade local, mantendo contato com agentes envolvidos direta ou indiretamente com o mercado exportador, buscando compreender os processos que transformaram as cidades que compõem o Vale em municípios ativos no comércio exterior, através da agropecuária.

O Vale do São Francisco é uma Região Integrada de Desenvolvimento Econômico (Ride), localizado em uma Planície de Depressão, cujo principal bioma é a Caatinga, de modo que a agricultura deveria ser sazional, de acordo com os períodos de chuva. Apesar disso, a região desenvolveu um grande potencial econômico voltado para a agricultura irrigada e pecuária.

Este contexto foi o foco do primeiro dia de palestras, ministradas durante a manhã desta terça (12) por representantes da Secretaria de Turismo e de Desenvolvimento Econômico e Agrário de Petrolina, além da Codevasf. A cidade, que tem 120 anos, destaca-se por seus pólos consolidados de educação, saúde e construção civil, além de grande influência nas áreas econômica, jurídica e de serviços.

O Secretário de Turismo, Iuric Martins, formado em Relações Internacionais, falou sobre o seu trabalho no setor público. "Meu papel como internacionalista na gestão pública é difícil pois há certas burocracias difícies de serem vencidas, como a aprovação de projetos. Ainda assim, trabalhamos para a atração de novas empresas e para que essas burocracias sejam vencidas", explica.

Dentro da realidade local, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico tem também  uma forte atuação, fazendo a ponte entre os empresários, instituições e órgãos para uma maior integração.

Os estudantes também puderam conhecer mais sobre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), empresa pública criada em 1941 e vinculada ao Ministério da Integração Nacional. Em Petrolina, a Codevasf atua a partir da terceira superintendência no sub-médio São Francisco e tem como missão promover o desenvolvimento e a revitalização das bacias dos rios locais, contribuindo para a navegabilidade e expansão da irrigação, que através de parcerias internacionais acontece de forma tecnológica.

Veja fotos da visita

No segundo momento, que seguiu durante a tarde, o grupo formado por estudantes do sétimo período e professores do curso de RI visitou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Semiárido, vinculada ao Ministério da Agricultura,  Pecuária e Abastecimento.  A sede da Embrapa em Petrolina conta com 21 laboratórios, 04 campos experimentais e 363 empregados, dos quais são 78 pesquisadores. A proposta da empresa é viabilizar soluções de pesquisa, em áreas como a agricultura irrigada e também a agropecuária dependente de chuva, por exemplo.

Para entender o trabalho desenvolvido, os discentes e docentes conheceram mais sobre esta realidade do  Semiárido, que tem aproximadamente 1milhão de km², mas apresenta diversas particularidades, como uma quantidade de chuva de em média 300 a 800 mm por ano, um regime pluvial de meses anuais e o predomínio da Caatinga (único dos seis biomas do Brasil que é exclusivamente brasileiro).

O grupo pôde visitar laboratórios e conhecer os campos de pesquisa na prática, visitando inclusive plantações de diversas espécies. “A visita à Embrapa Semiárido foi bastante significativa, no sentido de ampliar a compreensão sobre a pesquisa científica como base do desenvolvimento regional e conhecer o seu processo de forma mais detalhada” explica a professora Manuella Donato.