Na sexta-feira (20), um grupo de estudantes e professores do curso de Relações Internacionais da Faculdade Asces participou do lançamento do Instituto de Estudos da Ásia – UFPE/Recife, que pretende desenvolver projetos e pesquisas conjuntas entre universidades e centros de pesquisa brasileiros e asiáticos. O evento contou com a participação de representantes de países do referido continente e entidades que têm interesse na proposta do Instituto. Veja fotos.

A visita técnica do curso de Relações Internacionais busca não somente a participação no momento de estabelecimento desta importante instituição, mas também alinhar os primeiros contatos com o grupo e propor parcerias para verificar “ a possibilidade de nosso curso e a Asces associarem-se ao Instituto, oferecendo em Caruaru expertise sobre os temas prioritários da área”, como explica o coordenador de RI, Marconi Aurélio.

Na ocasião, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães ministrou a palestra “Nova ordem mundial e as perspectivas do Brasil na Ásia”, expondo que esta nova ordem, do ponto de vista econômico, é a ordem basicamente capitalista, na qual as diferenças entre os Estados incluem a interferência do governo na economia, que se dá em menor ou maior proporção. Já no aspecto político, esta é organizada em torno das Nações Unidas.

Guimarães é Doutor Honoris Causa pelas Faculdades Integradas do Brasil – UniBrasil, pela Universidade Cândido Mendes e Universidade Nacional de Rosário – Argentina. Em sua fala, ele expôs que o Brasil é um país subdesenvolvido, de inúmeras desigualdades econômicas, regionais, de gênero, raça e de acesso aos bens públicos, mas que apesar disso, apresenta um extraordinário potencial.

Já a Ásia é um continente de extraordinária diversidade: possui uma das maiores economia do mundo, que é o Japão,  além de grandes potências nucleares, como China, Índia e Coreia do Norte. Além disso, a região apresenta um grande dinamismo econômico. Assim, Guimarães destacou que “os investimentos brasileiros na Ásia são modestos e não correspondem ao tamanho da economia brasileira” e reforçou que na verdade, ainda há poucas empresas brasileiras capazes de atuar internacionalmente.

Por isto, o estabelecimento do Instituto de Estudos da Ásia, coordenado pelo professor Marcos Costa Lima (UFPE), é tão importante, principalmente neste momento de contraponto entre a globalização e a crise econômica, que se estende por quase sete anos.

O Instituto desenvolverá um trabalho multidisciplinar com a participação de professores de diversas áreas além de Relações Internacionais, como História, Geografia e Engenharia. Os objetivos incluem a disseminação do conhecimento sobre a Ásia na academia e para o público em geral em Pernambuco, a promoção do interesse de pesquisa no Brasil sobre o continente asiático, o intercâmbio de professores e alunos e a troca cultural entre países da Ásia e o Brasil.

Entre os países de possível cooperação através de relacionamento já pré-estabelecido estão China, Japão, Rússia e Índia. A proposta é estudá-los sob a ótica brasileira, pois é importante buscar outras relações no sentido de reequilibrar as parcerias econômicas. Além disso, o grupo busca desenvolver projetos de pesquisa conjunta entre as universidades brasileiras e asiáticas, organizar eventos científicos e projetos de extensão e promover parcerias entre instituições das duas localidades.