Implantado no segundo semestre de 2012, o Laboratório de Estudos, Políticas e Práticas Sociais (LEPPS) da Faculdade Asces vem desenvolvendo ações através de projetos de importante impacto social. No próximo mês de novembro, o LEPPS completará o primeiro ano de funcionamento atendendo ao objetivo de ser um espaço de integração entre o ensino, a pesquisa e a extensão, e de contribuir com a formação profissional dos estudantes do curso de Serviço Social e com os Assistentes Sociais da região.

Composto por uma coordenação colegiada, tendo à frente as professoras Ilza Muniz e Flávia Clemente, o espaço conta com os estudantes do curso de Serviço Social e demais cursos da Instituição, estabelecendo uma construção multidisciplinar do conhecimento. Atualmente, o laboratório mantém sete estudantes estagiários, quatro projetos ativos e um em construção.

A coordenadora do curso de Serviço Social, Juliene Tenório, afirma que a criação do laboratório surgiu a partir de um grande volume de demandas internas da própria Asces e externas, oriundas de Secretarias governamentais e de Organizações Não-Governamentais. “A partir das solicitações, resolvemos criar este espaço na perspectiva de reunir todas essas ações, mas, sobretudo, ser um campo de estágio para os universitários e contribuir para articular aquilo que estava sendo feito em pesquisa, ensino e extensão possibilitando a criação de projetos desenvolvidos de forma articulada e planejada”, explicou.

Quando foi inaugurado no ano passado, o LEPPS também iniciou as atividades do Núcleo de Estudos de Gênero e Enfrentamento à violência contra a Mulher – Elma Novais, que trabalha conceitos para a compreensão das desigualdades nas relações de poder entre homens e mulheres, além de realizar estudos e ações nas comunidades e áreas de interesse, através de parcerias com ONGs e instituições. O Núcleo foi batizado de “Elma Novais” em homenagem à advogada de 55 anos que denunciou, na década de 1990, a violência cometida por policiais na região Agreste. Ela foi vítima de vários atentados e perdeu um dos seus filhos, assassinado à época. Crime, segundo Elma praticado por policiais ligados a um grupo de extermínio.

“Como o Núcleo é um espaço de discussão e formação em gênero, nós temos desenvolvidos em sua programação uma atividade chamada ‘Negra Flores’, que trabalham na própria Instituição e fora dela a questão da identidade e desigualdade de gênero e raça”, disse Juliene, que divide com Flávia Clemente e Rosineide Gonçalves a coordenação do Núcleo.

No LEPPS vêm sendo desenvolvidas as seguintes atividades de extensão e pesquisa:

Projeto Independência: coordenado pela professora Fernanda Luma, trabalha a prevenção e os danos do uso de álcool e outras drogas. Ligado à área do ensino e da pesquisa, o projeto tem atividades práticas de prevenção ao uso de drogas num formato não proibicionista. “Trabalhamos com palestras e comunicados trazendo informações sobre drogas, além do Cine-independência com exibição de filmes que abordam dependência química e não-química e qual a ligação entre elas, trabalhando com discentes e funcionários tendo o alvo de uma pesquisa que traga o perfil do uso de drogas entre os universitários aqui da Asces”, explica a professora Luma que pretende promover anualmente pesquisas sobre o assunto.

Projeto Iguais com a diferença: coordenado pelo professor Orlando Rabelo, trabalha com portadores de transtornos mentais, em parceria com a Secretaria de Saúde do município de Caruaru e nos atendimentos do Centro de Atenção Psicossocial (CAPs).

Diagnóstico Social: coordenado pela professora Ilza Muniz, foi criado a partir de uma demanda de que o curso de Serviço Social desenvolvesse um trabalho com os usuários dos diversos serviços oferecidos pela Faculdade Asces. Inicialmente foi realizado um diagnóstico feito em 2011 do perfil dos usuários que chegavam ao Escritório de Práticas Jurídicas (EPJ). “Fizemos um levantamento socioeconômico do perfil dos usuários que procuravam os serviços do EPJ, depois do levantamento vem sendo construído pelos docentes Josinês Rabelo e Orlando Rabelo o projeto para implantação do Núcleo Psicossocial no EPJ.

Atualmente, em fase de conclusão do diagnóstico nas Clínicas Escolas de Odontologia e de Fisioterapia da Faculdade Asces, a equipe de trabalho já planeja iniciar o diagnóstico no Laboratório Escola de Análises Clínicas e na Academia Escola, ambos da Asces. “Esperamos melhorar o atendimento dos serviços oferecidos pela Asces, tendo um olhar diferenciado para esse público e orientar os profissionais de como trabalhar com esses usuários. Como intervir na família, como lidar com o adolescente e no futuro se tornar um campo de estágio”, completou a professora Ilza Muniz.

Novo projeto vai reunir história de mulheres do Agreste do Estado

Já no processo de concepção, o projeto do LEPPS, que recebe o nome provisório de “Eternizar”, vai reunir histórias de lutas de vidas de mulheres do Agreste. “Estamos nos articulando com o Fórum de Mulheres do Agreste e com a Secretaria da Mulher de Caruaru para montar este projeto, visando dar visibilidade às trajetórias de vida de mulheres que sofreram algum tipo de violência ou mesmo que tenha exemplos à oferecer”, comenta a coordenadora Juliene Tenório.

Todos os projetos ligados ao Laboratório são independentes, mas contam com ações e programações integradas com diferentes áreas do conhecimento. As ações estão em plena atividade e quem compõe o curso de Serviço Social espera que o laboratório continue contribuindo com as discussões sobre temas polêmicos como o uso de drogas, violência contra a mulher, identidade racial e que permita o surgimento de novos campos de estágio, fortalecendo a formação profissional do próprio curso e fortalecer articulações com movimentos sociais, iniciativas privadas e públicas.