Plena sexta-feira à noite, faltando pouco mais de dois meses para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o estudante está tentando resolver um daqueles exercícios complicados de física, enroscou em uma determinada parte e não tem para quem perguntar. Pensando nisso, a plataforma Envest oferece, gratuitamente, até dez videoaulas ao vivo sobre os conteúdos do exame. Para assistir as aulas, o usuário só precisa se cadastrar e buscar pela disciplina que quer aprender, o dia e o horário para tirar todas as dúvidas em tempo real com um professor.

Na plataforma, o estudante tem acesso (gratuito, mas limitado) a aulas de matemática, língua portuguesa, biologia, física e química. Além disso, pode conferir livremente um acervo de videoaulas no Youtube e uma lista de questões de vestibulares das principais universidades brasileiras. Depois de ser recebido com a pergunta “O que vamos estudar hoje?” na página principal, o usuário também encontra as aulas ao vivo que estão mais próximas de começar. Ele tem direito a assistir a dez delas gratuitamente e, depois, pode contratar planos. Caso nenhuma das aulas apresentadas seja de seu interesse, ele pode fazer buscas por meio de um filtro com as opções de disciplina, frente (qual o tema será estudado) e tópico (um desdobramento dentro do tema), por exemplo: física, eletromagnetismo e campo magnético ou língua portuguesa, literatura e modernismo.

No caso das videoaulas ao vivo, ela pode ser proposta por qualquer professor ou alguém que seja bom na matéria. Basta propor a disciplina que será estudada, um tema, um horário e a opção de ser gratuita ou paga. Se a opção do educador for cobrar uma taxa por ela, os estudantes vão pagar por ela por meio da compra de pacotes que variam entre R$10 e R$ 37 mensais. No primeiro plano, por exemplo, o estudante tem acesso a mais dez aulas gratuitas no período de 30 dias e 4 créditos, que poderão ser usados em aulas que tenham preços estabelecidos. Desses valores pagos pelos estudantes, uma parte será destinada para a manutenção da plataforma e o restante para o professor.

“O Envest tem características de crowdlearning, pois depende da interação livre de professores e alunos em várias de suas instâncias, social, pedagógica, comunicacional e também comercial”, afirma Gian Zelada, professor de filosofia e idealizador do projeto.

Para tornar o processo mais dinâmico, o professor tem acesso a uma lousa digital em que vai apresentar o material de apoio da aula desenvolvido pela própria plataforma, além de poder usar ferramentas gráficas, imagens da internet, vídeos do Youtube e ampliação de sua própria câmera para dar exemplos.

Para Zelada, a plataforma abre para os alunos a possibilidade de um aprendizado interativo, personalizado, de baixo custo e com o professor que ele quiser. Já para os professores, se abre a oportunidade de trabalharem a distância, com uma tecnologia educacional fácil de usar. Antes de finalizar, ressalta: “Vale lembrar que ‘professores’ podem ser tanto os de carreira quanto estudantes universitários em fase de conclusão, ou profissionais aposentados que tenham domínio de uma área de conhecimento e disponibilidade para ensinar”.

Criado no final do ano passado, mas ativo desde o começo deste mês, o Envest, que tem como foco candidatos ao Enem com idade entre 17 e 30 anos, já tem 7.135 alunos e 25 professores cadastrados. Segundo Zelada, o desenvolvimento da plataforma foi pensado depois de uma pesquisa realizada no final do ano passado com 215 alunos e 205 professores, em que foram mapeados seus valores, anseios e preocupações. O resultado da pesquisa pode ser encontrado no infográfico abaixo. 

FONTE: Porvir.org