O título da matéria é justamente o nome de um projeto que teve início em 2009, na Faculdade Asces, através do curso de Farmácia. Na época, foi realizada uma pesquisa com a população de Caruaru e cidades vizinhas, quando mais de 600 questionários foram aplicados, perguntando quais os tipos de plantas eram mais utilizadas como medicamentos e a forma como eram manuseadas. A partir destes dados, foi possível mapear as principais demandas da região e identificar as formas como a comunidade vem se beneficiando a partir da natureza.
Diante da realidade encontrada, foi organizada de uma horta de 80 m², no Campus Tabosa de Almeida, com o cultivo de 20 diferentes espécies das plantas mais citadas e, assim, iniciaram-se as pesquisas sobre a eficácia científica do uso delas.

O projeto conta com a coordenação do professor Arquimedes Melo e com 40 estudantes, tendo por finalidade orientar e trocar experiências com as comunidades, sobre o uso racional e o cultivo de plantas medicinais. Isto é feito através de palestras, oficinas e feiras sobre o tema.

Nestes encontros, há também a distribuição de panfletos e mudas de plantas medicinais. “Esse é um projeto inicial e foi pensado para os próximos 10 anos. Quando chegarmos à primeira década, investiremos no planejamento dos próximos anos, visando, sobretudo, a publicação de artigos científicos, dissertações, teses, PIBIC, TCCs e patentes de plantas medicinais para que possamos gerar novos produtos mais baratos e acessíveis para comunidade”, explica o prof. Arquimedes Melo.

Os primeiros bons resultados do projeto dizem respeito à organização de um livro com a catalogação de 1.500 plantas da região que podem ser usadas para tratamentos fitoterápicos, quatro trabalhos de Iniciação Científica PIBICs e nove TCCs.

“A criação de um acervo científico inédito, as parcerias com programas sociais e a organização de duas novas hortas em bairros de Caruaru são objetivos para um futuro bem próximo. Estamos também estudando a criação de um Centro de Plantas Medicinais, que serviria tanto para fornecer as mudas quanto para dar informações permanentes para a comunidade”, destacou Melo.

 

Para conhecimento:


Capim Santo
– É uma planta medicinal, usada em medicina popular, sendo, para esse efeito, utilizadas as folhas que, em infusão, têm propriedades febrífugas, sudoríficas, analgésicas, calmantes, anti-depressivas, diuréticas e expectorantes, além de ser bactericida, hepatoprotectora, antiespasmódica, estimulante da circulação periférica e estimulante estomacal e lácteo. É contra- indicado para hipotenso, além de baixar o nível de atenção, não pode ser consumido por pessoas que precisam de muita atenção para trabalhar.

Insulina – O nome científico da Insulina Vegetal é Cissus sicyoides L, uma trepadeira também conhecida como anil trepador, uva brava ou cipó-pucá. O nome Insulina Vegetal veio exatamente devido ao seu grande uso pela população para tratamento do Diabetes. As folhas também são empregadas para o tratamento de reumatismo, abscessos e como ativadora da circulação sanguínea. É contra-indicada para pessoas com hipoglicemia e diabéticos descompassados.

 

Mastruz – Planta medicinal herbácea que tem cheiro forte e desagradável. As folhas e frutos acumulam óleo essencial rico em ascaridol. Indicado para as parasitoses intestinais, tais como ascaridíase e ancilostomiase. Em doses altas é tóxico, ocasionando tonturas e vômitos. Embora muita gente não saiba, esta planta é venenosa. Só pode ser usada em poucas quantidades.

 

Matéria publica na Revista Asces em foco – Edição 27