Jornalistas, estudantes, pesquisadores e profissionais da área de comunicação no Brasil, além do público geral interessado em jornalismo, podem ter acesso agora à versão em língua portuguesa de uma das revistas sobre jornalismo mais influentes no mundo.

Uma das mais importantes revistas acadêmicas sobre jornalismo, criada há 50 anos na Universidade Columbia, nos Estados Unidos, para avaliar o desempenho do jornalismo no país. A versão brasileira, denominada Revista de Jornalismo ESPM – Edição brasileira da Columbia Journalism Review, é a segunda edição internacional da CJR – a primeira foi a chinesa, lançada há três anos.

O título sai no Brasil em um momento em que a indústria da mídia – e não apenas de mídia impressa – está em franca expansão no país, enquanto a imprensa norte-americana passa por um momento turbulento, segundo destacou Victor Navasky, chairman da CJR, em artigo publicado na primeira edição brasileira, no qual saúda os leitores brasileiros e fala sobre a importância da parceria com a ESPM.

“Ao contrário dos Estados Unidos, onde a imprensa está em crise e passando por uma série de problemas, parece não faltar capital para o investimento em mídia no Brasil”, comparou Navasky.

“Dados do Internet World Stats (site que apresenta estatísticas referentes ao uso da internet em 233 países) indicam que, em dezembro de 2011, o Brasil possuía 79 milhões de pessoas com acesso à internet, representando 39% da população”, disse.

A parceria entre a ESPM e a Universidade Columbia para lançar a versão em língua portuguesa foi resultado de uma aproximação entre representantes das duas instituições que começou há alguns anos em função do lançamento de um curso de graduação e outro de pós-graduação em jornalismo pela ESPM.

Para lançar os cursos de jornalismo, o jornalista e diretor-presidente da ESPM, José Roberto Whitaker Penteado, visitou as principais escolas de jornalismo nos Estados Unidos, como a da Universidade Columbia. E em um dos encontros com representantes da universidade norte-americana, propôs a parceria para o lançamento da CJR no Brasil.

“O objetivo da publicação da revista no país é aproximar um pouco a cultura jornalística brasileira da norte-americana e criar um fórum para informação e estudo sobre a prática e o conhecimento do jornalismo”, disse Eugênio Bucci, diretor de redação da Revista de Jornalismo ESPM, à Agência FAPESP.

Inicialmente a revista terá periodicidade trimestral, tiragem de 20 mil exemplares e pode ser comprada nas principais bancas de jornais e livrarias no país ou por assinatura. Aproximadamente 50% de seu conteúdo será composto por traduções de artigos publicados na edição norte-americana, que são escolhidos pelos editores brasileiros.

O primeiro número reúne artigos publicados na versão norte-americana sobre temas como a dificuldade da cobertura econômica ser compreendida pelo leitor, como o inchaço das assessorias de imprensa enfraquece a prática do jornalismo e se há lugar para negros nas redações, com o contraponto de jornalistas brasileiros sobre o panorama dessas questões no país. Além disso, também traz um artigo do jornalista Alberto Dines sobre como o imediatismo prejudica as mídias digitais.

Fonte: Agência FAPESP