Aproximar o leitor do processo de gestão de uma Unidade de Conservação abordando os pilares da sustentabilidade – ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito – é a proposta do livro Sustentabilidade, Qualidade de Vida e Identidade Local – Olhares sobre as APAs Cantareira, SP, e Fernão Dias, MG.

Organizado pelos professores João Luiz de Moraes Hoeffel e Almerinda Antonia Barbosa Fadini, do Centro de Estudos Ambientais da Universidade São Francisco (CEA-USF), em Bragança Paulista, e Sônia Regina da Cal Seixas, do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais da Universidade Estadual de Campinas (NEPAM-Unicamp), o livro contou com apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicações.

A obra, que expõe análises sobre questões socioambientais regionais, teve origem a partir de um simpósio realizado em 2008 com o objetivo de discutir a Área de Proteção Ambiental (APA) como uma Unidade de Conservação de uso sustentável e as estratégias de gestão e planejamento adotadas.

“O livro reúne os resultados gerais de seis projetos de pesquisa, sob a coordenação e colaboração dos três organizadores, desenvolvidos ao longo de aproximadamente dez anos”, disse Hoeffel.

Destinado a profissionais e gestores das áreas de planejamento, educação ambiental e conservação de recursos naturais, assim como professores e alunos de graduação e pós-graduação interessados no tema, o livro buscou identificar os problemas socioambientais que ocorrem nas APAs do Sistema Cantareira (São Paulo) – que abrange os rios Piracicaba e Juqueri-Mirim – e Fernão Dias (Minas Gerais) e como têm sido enfrentados por seus moradores.

São dez capítulos, sendo os três primeiros voltados à reflexão dos estudos de caracterização do território das APAs do Sistema Cantareira e Fernão Dias. Os demais tratam da cultura e tradição locais, gestão compartilhada e participativa, uso e ocupação do solo e a apresentação de iniciativas e perspectivas sobre a qualidade de vida, transformações sociais e ambientais decorrentes do turismo.

Entre os fatores preocupantes apontados por Hoeffel estão a expansão urbana em torno das APAs, seus impactos na qualidade e quantidade de água e os remanescentes de vegetação da região, o aumento da atividade turística e a participação insipiente da população local nas políticas de conservação dos recursos naturais e hídricos.

“A falta de conhecimento pela população é grande não apenas com relação às características ambientais regionais, mas também sobre o enquadramento dessas áreas de proteção ambiental em uma Unidade de Conservação”, ressaltou. "Há ainda a questão da industrialização. Dependendo de como esse processo ocorre, também poderá gerar uma alteração ambiental."

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Fonte: Agência FAPESP